Olá, querida leitora!
Quem já é mãe, sabe por experiência própria que o
puerpério é uma fase complexa e repleta de alterações no corpo e na mente da
mulher.
Mas se você chegou neste artigo, provavelmente está passando por isso
agora, ou vai passar em breve. Estou certa? Mas não se desespere! Vamos juntas
explorar o que realmente acontece durante esse tempo e como é possível não
apenas sobreviver, mas também compreender e enfrentar essas mudanças.
Definição do Puerpério:
O puerpério engloba o intervalo entre o parto e o retorno do corpo da mulher
às condições normais pré-gestacionais. Geralmente, é um período de 45 a 60 dias
após o nascimento do bebê, período médio em que os órgãos voltam ao normal.
O Que Acontece no Corpo Durante o Puerpério?
● Diminuição do Tamanho do Útero: O útero passa por um processo de
redução após o parto, retornando ao seu tamanho normal. Nos 3 primeiros
dias podem ocorrer cólicas, principalmente ao amamentar
● Sangramento Vaginal: Comum nos primeiros dias, indicando a cicatrização e
regeneração do local da placenta.
● Mamas: Produção de colostro nos primeiros dias e, posteriormente, a
apojadura, com aumento das mamas. Elas ficam quentes e pesadas, e a
mamãe pode apresentar fraqueza, cansaço, mal-estar e, eventualmente,
febre baixa.
● Intestino: Tendência a ficar mais lento, especialmente após cesariana,
resultando em acúmulo de gases e inchaço abdominal.
● Inchaço: Após a contração uterina, o sangue retorna à corrente sanguínea,
podendo causar inchaço nas extremidades.
● Sono: A privação de sono é uma realidade para quem tem um recém-nascido
em casa.
O Cérebro no Puerpério
Agora, vou procurar palavras e organizar as ideias, porque descrever o
cérebro de uma mãezinha durante o puerpério não é tarefa fácil.
Você já deve saber os hormônios reprodutivos desempenham um papel vital
no processamento das emoções. A queda do estrogênio e da progesterona pode
desencadear instabilidade hormonal, afetando os circuitos neurais e contribuindo
para a desregulação do humor.
Aqui, quero te tranquilizar! Se você está passando por isso, principalmente
se é mãe de primeira viagem, e está em conflito consigo mesma, entenda que esse
período é marcado por uma montanha-russa emocional, onde o amor
incondicional por seu bebê coexiste com momentos de dúvida, ansiedade, medo e
inseguranças. ISSO É NORMAL! Seja paciente consigo mesma, essa fase vai passar,
combinado?!
Baby Blues
Essa é uma condição comum que afeta de 80% a 90% das mulheres. O Baby
Blues se manifesta através de lágrimas fáceis, fragilidade emocional e até
irritabilidade.
Muitas mães compartilham experiências de cansaço e sentimentos de
incompreensão durante esse tempo desafiador, atingindo seu ápice por volta do
quarto ou quinto dia do puerpério.
Além da transição para o pós-parto, outras circunstâncias podem
intensificar o Baby Blues, como um parto mais difícil, intercorrências durante o
processo, desafios na amamentação e mudanças na autoimagem ou na relação com
o parceiro.
Nessa situação, será preciso muita resiliência, mas geralmente, o quadro
desaparece naturalmente por volta dos 15 dias. Aqui vão algumas diquinhas que vão
te ajudar:
● Descansar: Priorizar momentos de repouso para revitalizar o corpo e a
mente.
● Alimentação Adequada: Garantir uma dieta equilibrada para promover o
bem-estar.
● Suporte: Contar com um sistema de apoio sólido, seja da família, amigos ou
profissionais.
● Comunicação: Dialogar sobre ansiedades e medos, buscando apoio
psicológico quando necessário.
● Assistência na Amamentação: Reconhecer possíveis dificuldades na
amamentação e buscar ajuda para reduzir o estresse associado.
Depressão Pós-Parto
Agora, temos um ponto de atenção! Diferente do “Baby Blues,” a depressão
pós-parto é mais intensa, duradoura.
Em casos mais severos, a depressão pós-parto mergulha a mãe em uma
realidade angustiante, onde a perda de vontade de viver, o desejo de autodano, ou
pensamentos de prejudicar a criança e a si mesma podem se manifestar.
É alarmante constatar que 60% das mulheres já enfrentam a depressão
durante a gestação, destacando a importância de uma vigilância atenta,
especialmente em casos com histórico pessoal ou familiar de depressão, psicose ou
transtorno bipolar.
Estratégias de Intervenção:
● Casos Leves a Moderados: A terapia cognitivo-comportamental e
interpessoal, em muitos casos, pode oferecer resultados positivos como
abordagem única de tratamento.
● Casos Graves: Em situações mais desafiadoras, a combinação de terapia
medicamentosa pode ser necessária para proporcionar alívio e promover a
recuperação.
Entender a gravidade da depressão pós-parto é muito importante para
garantir um tratamento eficaz e personalizadas, restaurando a saúde mental da
mãe e o construindo um ambiente seguro para a criança.
O puerpério é complexo, por isso informe-se e compreenda que existem
fazes desafiadoras na maternidade, mas tudo pelo que passamos vale a pena
quando encontramos o amor maior que é a nossa família. Eu desejo que cada
mãezinha encontre o conforto que precisa para vencer esse desafio e poder curtir a
maternidade com todo o encanto e amor que ela carrega.
Com carinho,
Dra. Aline Diniz